A Essência dos Ensinamento do Buda
Thich Nhat Hanh.
Thich Nhat Hanh.
As seis Paramitas são
ensinamentos do Budismo Mahayana. Paramita é uma palavra que pode ser traduzida
como “perfeição” ou “realização perfeita”. O ideograma chinês para este termo
significa “atravessar para a outra margem”, que é a margem da coragem, da paz e
da libertação. As perfeições devem ser praticadas na nossa vida diária.
Estamos atualmente
na margem do sofrimento, da raiva e da
depressão, e queremos atravessar para a margem do bem-estar. Para atravessar é
preciso fazer alguma coisa, e é a isso que chamamos de perfeição. Assim, voltamos
para nós mesmos, praticamos a respiração consciente e olhando nosso sofrimento,
nossa raiva, nossa depressão, e sorrimos. Ao fazer isso, superamos a dor e
atravessamos. Devemos praticar as “perfeições” todos os dias.
Todas as vezes que
damos um passo consciente, temos a oportunidade de sair da terra da tristeza
para a terra da alegria. O Reino de Deus é uma semente dentro de nós. Se
soubermos plantar essa semente em um bom solo, ela se tornará uma árvore, onde
os pássaros irão se refugiar. Pratiquem a travessia para a outra margem sempre
que sentirem necessidade. O Buda disse: “Não fique esperando que a outra margem
venha até você. Se quiser atravessar para chegar à margem da segurança, do
bem-estar, da coragem e da ausência de raiva, terá que nadar ou remar. Você
precisa fazer um esforço”.
Esse esforço é a prática das Seis Perfeições.
Esse esforço é a prática das Seis Perfeições.
Dana paramita –
Doação, generosidade, oferta.
Shila paramita – Os
preceitos ou treinamentos da atenção plena.
Kshanti paramita – Tolerância, a capacidade de
acolher, suportar e transformar a dor infligida a você por seus inimigos e
também pelas pessoas que o amam.
Vajra paramita – O
esforço, energia, perseverança.
Dhyana paramita – A
meditação.
Prajna paramita – A sabedoria, compreensão, insight.
Praticar as seis
perfeições ajuda a atingir a outra margem – a margem da liberdade, da harmonia
e dos bons relacionamentos.
Dana Paramita.
A primeira prática da
travessia é a perfeição da generosidade (Dana paramita). Dar significa,
primeiro, oferecer alegria, felicidade e amor.Existe uma planta,
muito conhecida na Ásia – um membro da família das cebolas, que fica deliciosa
nas sopas, no arroz frio e nos omeletes – que a cada vez que a cortamos torna a
crescer em vinte e quatro horas. E quanto mais se corta essa planta, maior e
mais forte ela cresce. A planta representa Dana paramita. Não guardamos nada
para nós. Apenas queremos dar. Talvez a outra pessoa se sinta feliz com isso,
mas com certeza os maiores beneficiados seremos nós mesmos. Em diversas
histórias sobre as vidas passadas de Buda, nós o encontramos praticando a
perfeição da generosidade.
A maior dádiva que
podemos dar a alguém é nossa PRESENÇA verdadeira. Um menino que conheço ouviu
de seu pai: “O que você quer de aniversário?” O menino hesitou. O pai era rico
e podia lhe dar o que pedisse. Mas passava tanto tempo ganhando dinheiro que
quase nunca estava com a família. Por isso o menino respondeu: “Pai, eu quero
você!” A mensagem era clara. Se amamos alguém, temos que ofertar nossa Presença
Verdadeira a essa pessoa. Quando damos esse presente, recebemos ao mesmo tempo
o presente da ALEGRIA. Aprenda a oferecer sua Presença Verdadeira através da
Meditação. Inspirando conscientemente, promova a união do corpo e da mente.
“Querido, estou aqui para você” é um Mantra a ser repetido quando praticar essa
perfeição.
O que mais podemos
oferecer? Nossa LIBERDADE. A felicidade não é possível, a menos que estejamos
livres de aflições tais como o desejo, raiva, ciúme, medo ou percepções
errôneas. A liberdade é uma das características do Nirvana. Alguns tipos de
felicidade são realmente destrutivas para o corpo, a mente e os
relacionamentos. Estar Livre de Desejos é uma prática importante. Contemple
profundamente a natureza daquilo que você acha que vai lhe proporcionar
felicidade e pense se, de fato, isso pode implicar sofrimento para aqueles que
ama. É preciso ter certeza disso se queremos ser realmente livres. Volte-se
para o Momento Presente, e desfrute das maravilhas da vida que estão
disponíveis. Existem tantas coisas saudáveis capazes de nos proporcionar felicidade,
como por exemplo, um lindo nascer do sol, o céu azul, montanhas, rios, e os
rostos felizes das pessoas que nos cercam.
O que mais podemos
oferecer? Nosso FRESCOR. “Inspirando, eu me vejo como uma flor. Expirando, eu
me sinto com o frescor”. Podemos inspirar e expirar três vezes para restaurar a
flor dentro de nós. “É um verdadeiro presente.”
O que mais podemos oferecer? PAZ. É maravilhoso sentar-se ao lado de alguém que esteja em Paz. Nós nos beneficiamos com a sua Paz. “Inspirando, eu sou a água calma. Expirando, reflito as coisas como elas são”. Podemos oferecer nossa Paz e nossa lucidez para aqueles que amamos.
O que mais podemos oferecer? PAZ. É maravilhoso sentar-se ao lado de alguém que esteja em Paz. Nós nos beneficiamos com a sua Paz. “Inspirando, eu sou a água calma. Expirando, reflito as coisas como elas são”. Podemos oferecer nossa Paz e nossa lucidez para aqueles que amamos.
O que mais podemos
oferecer? ESPAÇO. A pessoa amada precisa
de espaço para ser feliz. Em um arranjo de flores, cada flor precisa de espaço
ao seu redor para poder irradiar sua verdadeira beleza. As pessoas são como
flores. Sem espaço interno e externo elas não podem ser felizes. Não podemos
comprar este tipo de presente na loja. Temos que produzi-lo através da prática.
E quanto mais dermos, mais teremos. Quando a pessoa que amamos está feliz, esta
felicidade retorna para nós imediatamente. Nós damos algo a essa pessoa, mas na
verdade estamos dando a nós mesmos.
O que mais podemos oferecer? COMPREENSÂO. A compreensão é a flor da prática. Focalize sua atenção concentrada em um objeto, observe profundamente o objeto e você terá insight e compreensão. Ao oferecer compreensão aos outros, eles deixarão imediatamente de sofrer.
O que mais podemos oferecer? COMPREENSÂO. A compreensão é a flor da prática. Focalize sua atenção concentrada em um objeto, observe profundamente o objeto e você terá insight e compreensão. Ao oferecer compreensão aos outros, eles deixarão imediatamente de sofrer.
Dar é uma prática
maravilhosa. O Buda disse que quando se está zangado com alguém,a ponto de
tentar de tudo e ainda continuar zangado, devemos praticar a Perfeição da
Generosidade. Quando estamos com raiva, nossa tendência é punir a outra pessoa.
Mas ao fazer isso só aumentamos nosso sofrimento. O Buda propôs que, em vez
disso, mandássemos um presente para a pessoa que é motivo de nossa raiva.
Quando estamos com
muita raiva, não temos a menor vontade de sair e comprar um presente, por isso
temos que preparar esse presente enquanto não estamos zangados. A seguir,
quando tudo o mais falhar, devemos sair e enviar o presente para a pessoa.
Constataremos, para nosso espanto, que logo estamos nos sentindo melhor. A
mesma coisa é verdade no caso dos países. Você recebe aquilo que dá. Em vez de
tentar punir a outra pessoa, ofereça exatamente aquilo de que a pessoa
necessita. A prática da doação pode conduzir rapidamente ao bem estar.
Quando alguém nos faz
sofrer, é porque essa pessoa sofre profundamente dentro de si mesma, e seu
sofrimento está se esparramando do lado de fora. Essa pessoa não precisa de
mais sofrimento, precisa de ajuda. Essa é a mensagem que está sendo envida. Se
você conseguir entender isso, ofereça o que a pessoa precisa – alívio.
Felicidade e segurança não são questões individuais. A felicidade e a segurança
do outro são fundamentais para a sua felicidade e a sua segurança. Deseje o bem
do outro com sinceridade, para que você também fique bem. (Metta – Bondade
amorosa).
A primeira pétala da
flor das perfeições é a prática da Generosidade.
Recebemos aquilo que
damos, muito mais depressa do que os sinais enviados por satélite. Quer você dê
sua presença, sua estabilidade, seu frescor, sua firmeza, sua liberdade ou sua
compreensão, sua Dádiva fará milagres.
A Generosidade é a
prática do Amor.