1 - YOGA ARCAICO (PROTO – YOGA)
O período inical do YOGA pode ser reconstruído a partir de vestígios arqueológicos das cidades encontradas na região do rio Indo (3000 a 1800 a.C.), da civilização do rio Sarasvati (Harappa), I e elementos contidos nos I quatro hinários védicos. Por si só, o material arqueológico não comprova a prática do Yoga nessa época, mas demonstra a existência de uma cultura rica em rituais que tinham muitas concepções que serviriam de suporte à existência de um Yoga arcaico.
Nessa fase, os rishis (videntes) tinham visões ao realizar seus rituais. Segundo pesquisadores, foram eles quem redigiram os hinos védicos, em estado alterado de consciência. Há vestígios da prática da meditação nessa época, principalmente com o uso de mantras. Seus praticantes utilizavam técnicas de meditação, controle da respiração por meio do canto dos hinos, invocação de deuses com determinadas expressões e posturas físicas.
2 - YOGA PRÉ-CLÁSSICO
Essa etapa teve início com os primeiros Upanishads (palavra composta por sat, "sentar"; upa e ni, significando "sentar-se perto do 'próprio mestre:"), um gênero de literatura hindu desenvolvido por volta de 1500 a.C. Representavam um refinamento dos ensinamentos espirituais dos antigos Vedas, com a ' "interiorização mística" da noção de "sacrifício".
Considerados ensinamentos secretos, os Upanishads apresentavam quatro temas em sua metafísica, intimamente relacionados. Em primeiro lugar, transmitiam o ensinamento de que o âmago transcendente de um ser (âtman) é idêntico ao âmago transcendente do universo (brahman).
A doutrina da encarnação repetida dos seres humanos era o segundo tema desenvolvido. Havia ainda o ensinamento do carma e da retribuição, que explicava os efeitos metafísicos das atitudes das pessoas. O último preceito revelava que a produção de carma e reencarnações futuras dependiam de práticas espirituais, principalmente ligadas à meditação e renúncia.
3 – YOGA ÉPICO
Às vezes também conhecido como pré-clássico, o Yoga Épico abrange o período de 500 a 200 a.C. Nesse período desenvolveram-se os Upanishads. Grande parte da coleção é formada por testemunhos de sábios que viviam à margem do bramanismo ortodoxo, recolhidos numa forma de vida contemplativa. Todos os Upanishads são considerados revelações sagradas (shruti) e pertencem à parte da sabedoria (jánna-kanda), em oposição à parte ritual (karma-kanda] da herança védica. Além dos Upanishads, a epopéia Mah.abh.arata, em seu sexto livro, traz a mais famosa escritura do Yoga, o Bhagavad Cita (Canção do Senhor), que retrata um diálogo entre o deus Arjuna e o Homem Deus Krishna. O Gita trata de Karma Yoga, Jnana Yoga e Bhakti Yoga de forma não-sistematizada.
4 - YOGA CLÁSSICO
O Yoga Clássico teve início por volta do ano 200 d. C e tem como texto mais importante o famoso Yoga Sutra (Yoga Sútra), escrito pelo sábio Patanjali. Nele, o mestre expõe um pensamento dualista no qual a matéria (prakriti) e o espírito (purusha} são unidades separadas e distintas, diferindo, portanto, das escolas não dualistas. Essa escola de pensamento é conhecida como Yoga Darshama ou Raja Yoga. Além do Yoga Sutra de Patanjali, as principais obras do Yoga Clássico I são: Yoga Bhashya, de Vyasa (500); Tattva Vaisharadi (900); Raja Martanda, do rei Bhoja (1100); Sarva Dharshana Samgraha (1400); e Vivarana, de Shankara Bhagavatpada (sem época definida). O Yoga Sutra trouxe uma interpretação da filosofia e da prática do Yoga que estimulou outros autores e estudiosos a elaborar as idéias metafísicas de Patanjali. Ele ensinou uma forma de dualismo radical na qual há duas categorias eternas de existência: o "si mesmo transcendente" (purusha), e a base transcendente do mundo (prokriti). O "si mesmo transcendente", segundo Patanjali, compreende incontáveis "si mesmos", que são espectadores passivos diante do cosmos. A base do mundo, naturalmente, compreendia todas as formas e dimensões manifestas da natureza. Embora o sistema de Patanjali seja considerado uma das escolas clássicas, o seu dualismo o impediu de ter um significado maior, pois a orientação clássica do Hinduísmo sempre foi não-dualista (advaita).
5 - YOGA PÓS-CLÁSSICO
Essa fase do Yoga compreende os séculos 2 à 19, e inclui diferentes escolas e tradições de iogues que floresceram após os trabalhos de Patanjali, além de ensinamentos anteriores. Esse período é marcado pelo Yoga Upanishads, pelas escrituras do Tantra e pelo Hatha Yoga. Os ensinamentos se baseiam numa espécie de filosofia não-dualista, que caracterizava o Yoga Pré-Clássico.
6 - YOGA MODERNO
A partir de 1900, teve início a fase do Yoga Moderno, marcada por um mestre espiritual, Sri Aurobindo Ghose (1872-1950), que criou o Yoga Integral (Purna Yoga). Diferente das formas tradicionais de Yoga, o Purna Yoga não encorja o abandono do mundo ou das obrigações mundanas. Ele tem como objetivo realizar a consciência supermental por meio de uma atitude afirmativa.
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